Bem Vindo ao Bolg do CAS Vitória!!

Neste blog você vai conhecer um pouco de nosso trabalho no apoio ao surdo. Você também poderá tirar dúvidas, fazer sugestões... Enfim compartilhar conhecimentos na área da Surdez.

23 de jul. de 2015

FESTA JULHINA CAS VITÓRIA

FESTA JUNINA CAS VITÓRIA

Fechamos o mês de Julho com as imagens da nossa 

Festa Junina, o mais tradicional encontro da comunidade surda do Espirito Santo que ocorreu no dia 10 de Julho.
Festa linda, graças à união e empenho de alunos, pais e profissionais que deram o seu melhor na organização!! 

O evento foi um sucesso de público, marcado pelo reencontro de pessoas que ajudaram a construir a história da CAS de Vitória como ex-alunos, seus filhos, parceiros da causa surda, Intérpretes de Libras, amigos, familiares e grande parte da comunidade surda do Espirito Santo. 
Diversão para todos os gostos e idades nas barracas de brincadeiras, com a quadrilha, no bingo e nos sorteios.  















Valeu, amigos, vocês serão sempre bem-vindos neste legítimo e consagrado espaço surdo, o CAS de Vitória!!
"INTÉ O PRÓXIMO ARRAIÁ

2 de jul. de 2015

O GRANDE CALVÁRIO DOS SURDOS

 

 

Em pauta, escolas só para surdos ou educação inclusiva com intérpretes

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Especialistas, PBH e surdos debateram qual modelo de ensino atende melhor deficientes auditivos
A educação voltada para pessoas com deficiência auditiva e a ausência de escolas da rede municipal que adotem ensino bilíngue, tendo a Língua Brasileira de Sinais (Libras) como primeira língua, foram os temas discutidos em audiência pública da Comissão de Educação, Ciência, Tecnologia, Cultura, Desporto, Lazer e Turismo nesta sexta-feira (24/4). O requerente da audiência, vereador Leonardo Mattos (PV), defendeu que a reunião, ao possibilitar o debate entre surdos, especialistas e a Prefeitura de Belo Horizonte, é um primeiro passo na luta pela implementação efetiva de uma escola com pedagogia bilíngue, que privilegie aspectos culturais e de identidade da comunidade dos surdos e que adote a Libras como primeira língua.
A professora do Instituto Nacional de Educação de Surdos, Patrícia Rezende, também defendeu a existência de escolas exclusivas para surdos como a opção mais adequada para a aprendizagem deste grupo. Ela afirma que a chamada educação inclusiva, onde intérpretes de Libras fazem a mediação do conteúdo programático para alunos surdos em escolas convencionais é, na verdade, uma modalidade excludente de ensino. De acordo com a professora, “a evasão de surdos das escolas inclusivas é muito grande”. Ainda segundo a professora, uma média de dois a três alunos surdos por escola, como acontece hoje em Belo Horizonte, não possibilita o adequado aprendizado de Libras. Para ela, é papel da escola bilíngue exclusiva permitir que as crianças surdas estejam em contato com outros alunos deficientes auditivos de modo a permitir a formação de um ambiente linguístico favorável ao aprendizado de Libras. Patrícia conta que 95% dos surdos são filhos de pais ouvintes, o que garante que o contato com outros ouvintes aconteça fora do ambiente escolar.
De acordo com a doutoranda em Comunicação pela UFMG, Regiane Lucas Garcez, que estuda os movimentos de surdos no Brasil, enquanto gestores, ministros e secretários tendem a defender o modelo de escola comum inclusiva com atendimento educacional especial para surdos, o movimento dos surdos e os representantes políticos eleitos têm defendido, majoritariamente, a possibilidade de os pais de crianças surdas optarem entre a escola especial exclusiva para surdos e a escola comum inclusiva.
Demandas dos estudantes surdos
Os surdos demandaram da Prefeitura a adoção de concurso público para intérpretes de Libras, de modo a garantir a qualidade do trabalho desse profissional. Além disso, solicitaram a formação de um grupo de trabalho composto por representantes dos surdos e do Executivo para discutir a educação para surdos na capital.
A estudante surda Ana Carolina Souza e Silva explica que, atualmente, é atendida por uma intérprete qualificada na rede municipal de ensino, mas que já teve o aprendizado prejudicado por profissionais sem fluência necessária em Libras. “Temos o direito de ter acesso a profissionais qualificados para a função. Muitas vezes o intérprete sem qualificação necessária impede o aprendizado”, explica.
A Prefeitura informou que, caso o intérprete não apresente a capacitação necessária, ele pode ser substituído por outro profissional.
Preferência pela educação inclusiva
De acordo com a coordenadora do Núcleo de Inclusão Escolar da Pessoa com Deficiência, Patrícia Cunha, a rede municipal de ensino da capital mineira atende 286 estudantes surdos em 107 escolas, sendo 220 no ensino fundamental, 38 matriculados no ensino infantil e 28 no ensino para jovens e adultos. Ainda segundo ela, apesar da Prefeitura oferecer turmas exclusivas para surdos em escolas convencionais, as famílias têm optado por matricular os filhos surdos em classes convencionais com intérpretes de Libras. Um dos motivos seria a proximidade entre a escola comum inclusiva e a residência do estudante.
Ainda segundo a representante da Prefeitura, a rede municipal de ensino oferece o atendimento educacional especializado no contraturno, isto é, as crianças, além de acompanharem o ensino regular com a presença de um intérprete de Libras pela manhã, têm acesso a aulas voltadas exclusivamente para surdos no período da tarde. Ela explica que o contraturno é aberto também à presença dos pais, para que eles possam aprender Libras e acompanhar a trajetória da criança.
Superintendência de Comunicação Institucional
Fonte: http://www.cmbh.mg.gov.br/noticias/2015-04/em-pauta-escolas-so-para-surdos-ou-educacao-inclusiva-com-interpretes

O drama da perda de visão após a surdez

 

O drama da perda de visão após a surdez

 

A visão é algo muito importante para os surdos, especialmente quando eles querem conversas com outras pessoas. Então, o que acontece quando os surdos começam a ficar cegos?

A visão é algo muito importante para os surdos, especialmente quando eles querem conversas com outras pessoas. Então, o que acontece quando os surdos começam a ficar cegos?
Os surdos são muito visuais. Nós usamos a linguagem de sinais e a leitura labial para nos comunicar e socializar. Por isso, a ideia de perder nossa visão é bastante intimidadora.

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Pessoas que sofrem de síndrome de Usher sofrem com problemas como perda de visão periférica
Um estudo feito por pesquisadores da Universidade Western Ontario e divulgado na publicação especializada Nature Neuroscience mostrou que os surdos podem ampliar sua visão periférica, compensando seus problemas de audição.
Mas há um grupo de surdos que convive com a certeza de que sua visão vai, cedo ou tarde, se perder. Os portadores da síndrome de Usher nascem surdos e, por conta de um problema chamado retinite pigmentosa, acabam perdendo a visão também.

Locais escuros

Dessa maneira, a visão periférica fica restrita, ver à noite se torna um problema e ao passar de um local escuro para outro iluminado (e vice e versa) é preciso muito mais tempo para se adaptar.
Mas o talvez o mais triste – e isolador – é ver chegar ao fim uma maneira fácil de se comunicar. Leitura labial se torna algo difícil, assim como entender linguagem de sinais.

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Rebecca Atkinson, uma jornalista britânica que tem a síndrome de Usher, dá dicas simples para que os surdos se comuniquem com os surdos-mudos mais facilmente
Quando você tem uma visão limitada, pode ser cansativo concentrar em pequenos movimentos.
Há maneiras para que os surdos se comuniquem com os surdos-cegos facilmente, afirma Rebecca Atkinson, uma jornalista britânica que tem a síndrome de Usher.
Ela cita a linguagem de sinais, mas sugere também deixar o surdo-mudo colocar as mãos próximas às de quem está fazendo os sinais, para que ela possa sentir as formas.
Mas ela afirma que a pior coisa em se ter essa síndrome é a falta de motivação dos surdos em se comunicar com os que também têm problemas de visão.
“Os surdos sabem muito bem como é ser tratado com condescendência por pessoas que não têm problema de audição, em situações como ser chamado de corajoso por lidar com a surdez”, conta Rebecca. “Mas, muitas vezes, é exatamente esse tratamento que os surdos que têm problema de visão recebem dos surdos, uma cruel ironia.”

Sem esforço

Des Materson também está perdendo a visão e, assim como Rebecca, ele também percebeu problemas para se comunicar. Segundo ele, não é a doença que causa isso, e sim a maneira como os surdos o tratam agora, sendo que muitos não se esforçam mais para conversar com ele.
Ver o número de amigos e colegas diminuírem também é um problema enfrentado por Molly Watt.

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Molly Watt conta que colegas muitas vezes duvidavam de suas necessidades especiais
Ela conta que, quando adolescente, frequentava uma escola para surdos. Na época, ela já tinha problemas de visão. Então, ela tinha de sentar na frente para ver melhor os professores e a lousa.
“Mas meus colegas estavam frequentemente questionando se minhas necessidades eram reais, o que fazia com que eu mesmo me questionasse”, diz.
Cada pessoa que sofre com a síndrome de Usher tem problemas diferentes. Apesar de serem muitas vezes denominados surdos-mudos, alguns nascem com um problemas de audição leve, outros são totalmente surdos. Alguns perdem a visão rapidamente ao ponto de ficarem cegos na adolescência, enquanto outros conseguem enxergar até o fim da vida.

Menos barreiras

Muitos dos que sofrem com essa síndrome contam que nem tudo é complicado e triste e que a vida pode ser feliz e com amigos. Mas dizem que tudo seria mais fácil se as barreiras de comunicação não fossem tão grandes.
Há maneiras simples pelas quais tanto surdos e pessoas sem problemas de visão podem facilitar as conversas com surdos-mudos, afirma Rebecca.
Encontrar lugares iluminados é um bom exemplo, assim como falar a uma distância mais próxima, para que o surdo-mudo possa ver tanto o rosto (e ler os lábios) e as mãos (para ver os sinais).
Mas mais do que qualquer coisa, é uma comunicação que precisa de tempo, paciência e compreensão.
É claro que é mais fácil não fazer nada, mas isso não ajuda.
Ou, como Molly diz: “Todo mundo quer conversar, ninguém quer ser deixado de lado, excluído.”
Talvez o maior obstáculo para os surdos seja o medo. Ver uma pessoa surda com um cão-guia ou andando com uma bengala é uma materialização daquilo que os surdos mais temem: perder a visão.
* Post escrito por William Mager, produtor da série da BBC “See Hear”
Fonte: BBC Brasil