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Bem Vindo ao Bolg do CAS Vitória!!
Neste blog você vai conhecer um pouco de nosso trabalho no apoio ao surdo. Você também poderá tirar dúvidas, fazer sugestões... Enfim compartilhar conhecimentos na área da Surdez.
Festa Junina, o mais tradicional encontro da comunidade surda do Espirito Santo que ocorreu no dia 10 de Julho.
Festa linda, graças à união e empenho de alunos, pais e profissionais que deram o seu melhor na organização!!
O
evento foi um sucesso de público, marcado pelo reencontro de pessoas
que ajudaram a construir a história da CAS de Vitória como ex-alunos, seus
filhos, parceiros da causa surda, Intérpretes de Libras, amigos,
familiares e grande parte da comunidade surda do Espirito Santo. Diversão
para todos os gostos e idades nas barracas de brincadeiras, com a
quadrilha, no bingo e nos sorteios.
Valeu, amigos, vocês serão sempre bem-vindos neste legítimo e consagrado espaço surdo, o CAS de Vitória!! "INTÉ O PRÓXIMO ARRAIÁ
2 de jul. de 2015
O GRANDE CALVÁRIO DOS SURDOS
Em pauta, escolas só para surdos ou educação inclusiva com intérpretes
Especialistas, PBH e surdos debateram qual modelo de ensino atende melhor deficientes auditivos
A educação voltada para pessoas com deficiência auditiva e a
ausência de escolas da rede municipal que adotem ensino bilíngue, tendo a
Língua Brasileira de Sinais (Libras) como primeira língua, foram os
temas discutidos em audiência pública da Comissão de Educação, Ciência,
Tecnologia, Cultura, Desporto, Lazer e Turismo nesta sexta-feira (24/4).
O requerente da audiência, vereador Leonardo Mattos (PV), defendeu que a
reunião, ao possibilitar o debate entre surdos, especialistas e a
Prefeitura de Belo Horizonte, é um primeiro passo na luta pela
implementação efetiva de uma escola com pedagogia bilíngue, que
privilegie aspectos culturais e de identidade da comunidade dos surdos e
que adote a Libras como primeira língua.
A professora do Instituto Nacional de Educação de Surdos, Patrícia
Rezende, também defendeu a existência de escolas exclusivas para surdos
como a opção mais adequada para a aprendizagem deste grupo. Ela afirma
que a chamada educação inclusiva, onde intérpretes de Libras fazem a
mediação do conteúdo programático para alunos surdos em escolas
convencionais é, na verdade, uma modalidade excludente de ensino. De
acordo com a professora, “a evasão de surdos das escolas inclusivas é
muito grande”. Ainda segundo a professora, uma média de dois a três
alunos surdos por escola, como acontece hoje em Belo Horizonte, não
possibilita o adequado aprendizado de Libras. Para ela, é papel da
escola bilíngue exclusiva permitir que as crianças surdas estejam em
contato com outros alunos deficientes auditivos de modo a permitir a
formação de um ambiente linguístico favorável ao aprendizado de Libras.
Patrícia conta que 95% dos surdos são filhos de pais ouvintes, o que
garante que o contato com outros ouvintes aconteça fora do ambiente
escolar.
De acordo com a doutoranda em Comunicação pela UFMG, Regiane Lucas
Garcez, que estuda os movimentos de surdos no Brasil, enquanto gestores,
ministros e secretários tendem a defender o modelo de escola comum
inclusiva com atendimento educacional especial para surdos, o movimento
dos surdos e os representantes políticos eleitos têm defendido,
majoritariamente, a possibilidade de os pais de crianças surdas optarem
entre a escola especial exclusiva para surdos e a escola comum
inclusiva. Demandas dos estudantes surdos
Os surdos demandaram da Prefeitura a adoção de concurso público para
intérpretes de Libras, de modo a garantir a qualidade do trabalho desse
profissional. Além disso, solicitaram a formação de um grupo de trabalho
composto por representantes dos surdos e do Executivo para discutir a
educação para surdos na capital.
A estudante surda Ana Carolina Souza e Silva explica que, atualmente,
é atendida por uma intérprete qualificada na rede municipal de ensino,
mas que já teve o aprendizado prejudicado por profissionais sem fluência
necessária em Libras. “Temos o direito de ter acesso a profissionais
qualificados para a função. Muitas vezes o intérprete sem qualificação
necessária impede o aprendizado”, explica.
A Prefeitura informou que, caso o intérprete não apresente a
capacitação necessária, ele pode ser substituído por outro profissional. Preferência pela educação inclusiva
De acordo com a coordenadora do Núcleo de Inclusão Escolar da Pessoa
com Deficiência, Patrícia Cunha, a rede municipal de ensino da capital
mineira atende 286 estudantes surdos em 107 escolas, sendo 220 no ensino
fundamental, 38 matriculados no ensino infantil e 28 no ensino para
jovens e adultos. Ainda segundo ela, apesar da Prefeitura oferecer
turmas exclusivas para surdos em escolas convencionais, as famílias têm
optado por matricular os filhos surdos em classes convencionais com
intérpretes de Libras. Um dos motivos seria a proximidade entre a escola
comum inclusiva e a residência do estudante.
Ainda segundo a representante da Prefeitura, a rede municipal de
ensino oferece o atendimento educacional especializado no contraturno,
isto é, as crianças, além de acompanharem o ensino regular com a
presença de um intérprete de Libras pela manhã, têm acesso a aulas
voltadas exclusivamente para surdos no período da tarde. Ela explica que
o contraturno é aberto também à presença dos pais, para que eles possam
aprender Libras e acompanhar a trajetória da criança. Superintendência de Comunicação Institucional Fonte: http://www.cmbh.mg.gov.br/noticias/2015-04/em-pauta-escolas-so-para-surdos-ou-educacao-inclusiva-com-interpretes
A visão é algo muito importante para os surdos, especialmente quando
eles querem conversas com outras pessoas. Então, o que acontece quando
os surdos começam a ficar cegos?
A visão é algo muito importante para os surdos, especialmente quando
eles querem conversas com outras pessoas. Então, o que acontece quando
os surdos começam a ficar cegos?
Os surdos são muito visuais. Nós usamos a linguagem de sinais e a
leitura labial para nos comunicar e socializar. Por isso, a ideia de
perder nossa visão é bastante intimidadora.
Pessoas que sofrem de síndrome de Usher sofrem com problemas como perda de visão periférica
Um estudo feito por pesquisadores da Universidade Western Ontario e divulgado na publicação especializada Nature Neuroscience mostrou que os surdos podem ampliar sua visão periférica, compensando seus problemas de audição.
Mas há um grupo de surdos que convive com a certeza de que sua visão
vai, cedo ou tarde, se perder. Os portadores da síndrome de Usher nascem
surdos e, por conta de um problema chamado retinite pigmentosa, acabam
perdendo a visão também.
Locais escuros
Dessa maneira, a visão periférica fica restrita, ver à noite se torna
um problema e ao passar de um local escuro para outro iluminado (e vice
e versa) é preciso muito mais tempo para se adaptar.
Mas o talvez o mais triste – e isolador – é ver chegar ao fim uma
maneira fácil de se comunicar. Leitura labial se torna algo difícil,
assim como entender linguagem de sinais.
Rebecca
Atkinson, uma jornalista britânica que tem a síndrome de Usher, dá
dicas simples para que os surdos se comuniquem com os surdos-mudos mais
facilmente
Quando você tem uma visão limitada, pode ser cansativo concentrar em pequenos movimentos.
Há maneiras para que os surdos se comuniquem com os surdos-cegos
facilmente, afirma Rebecca Atkinson, uma jornalista britânica que tem a
síndrome de Usher.
Ela cita a linguagem de sinais, mas sugere também deixar o surdo-mudo
colocar as mãos próximas às de quem está fazendo os sinais, para que
ela possa sentir as formas.
Mas ela afirma que a pior coisa em se ter essa síndrome é a falta de
motivação dos surdos em se comunicar com os que também têm problemas de
visão.
“Os surdos sabem muito bem como é ser tratado com condescendência por
pessoas que não têm problema de audição, em situações como ser chamado
de corajoso por lidar com a surdez”, conta Rebecca. “Mas, muitas vezes, é
exatamente esse tratamento que os surdos que têm problema de visão
recebem dos surdos, uma cruel ironia.”
Sem esforço
Des Materson também está perdendo a visão e, assim como Rebecca, ele
também percebeu problemas para se comunicar. Segundo ele, não é a doença
que causa isso, e sim a maneira como os surdos o tratam agora, sendo
que muitos não se esforçam mais para conversar com ele.
Ver o número de amigos e colegas diminuírem também é um problema enfrentado por Molly Watt.
Molly Watt conta que colegas muitas vezes duvidavam de suas necessidades especiais
Ela conta que, quando adolescente, frequentava uma escola para
surdos. Na época, ela já tinha problemas de visão. Então, ela tinha de
sentar na frente para ver melhor os professores e a lousa.
“Mas meus colegas estavam frequentemente questionando se minhas
necessidades eram reais, o que fazia com que eu mesmo me questionasse”,
diz.
Cada pessoa que sofre com a síndrome de Usher tem problemas
diferentes. Apesar de serem muitas vezes denominados surdos-mudos,
alguns nascem com um problemas de audição leve, outros são totalmente
surdos. Alguns perdem a visão rapidamente ao ponto de ficarem cegos na
adolescência, enquanto outros conseguem enxergar até o fim da vida.
Menos barreiras
Muitos dos que sofrem com essa síndrome contam que nem tudo é
complicado e triste e que a vida pode ser feliz e com amigos. Mas dizem
que tudo seria mais fácil se as barreiras de comunicação não fossem tão
grandes.
Há maneiras simples pelas quais tanto surdos e pessoas sem problemas
de visão podem facilitar as conversas com surdos-mudos, afirma Rebecca.
Encontrar lugares iluminados é um bom exemplo, assim como falar a uma
distância mais próxima, para que o surdo-mudo possa ver tanto o rosto
(e ler os lábios) e as mãos (para ver os sinais).
Mas mais do que qualquer coisa, é uma comunicação que precisa de tempo, paciência e compreensão.
É claro que é mais fácil não fazer nada, mas isso não ajuda.
Ou, como Molly diz: “Todo mundo quer conversar, ninguém quer ser deixado de lado, excluído.”
Talvez o maior obstáculo para os surdos seja o medo. Ver uma pessoa
surda com um cão-guia ou andando com uma bengala é uma materialização
daquilo que os surdos mais temem: perder a visão. * Post escrito por William Mager, produtor da série da BBC “See Hear” Fonte: BBC Brasil